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_: Maio 2009
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Boa noite, disse o sonho. Boa noite, respondeu. E, já deitada, fechou os olhos para a luz verde-sombra, difusa sob a copa imensa das incontáveis árvores. Era criança, e ganhava uma flor de aniversário. Uma tia de quem muito ela gostava. Era uma flor laranja, das pétalas delicadas, que tocava e lhe faziam carinho nos dedos. Andava com o pequeno vaso onde a flor morava para todos os lados, mas a flor, que acontece, pai? Que acontece, mãe? Bem, você gostava muito dela, não gostava? Sábado, maio 23, 2009.
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_: Conto de Natal
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Ai Jesus. Vazou o grito seco, sem eco, naquele vazio imenso de noite sem nuvem. Nada que se movesse mais do que um tremer de cabeças e virar rápido de pescoços adejando línguas finas, nada ali nem fez sinal de que soubesse qual milagre se passava naquele oco de pedra onde outra voz, outra vez, gritava. Ai Jesus. E sorriram entre si. E nu, descalço, aberta a boca e já vazia, o menino já dormira. Terça-feira, dezembro 22, 2009. Assinar: Postar comentários (Atom). As aventuras de uma eterna criança.
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_: Agosto 2009
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O céu estava tão azul. Não se pode haver um céu assim azul sem que haja queda, minha alma. E daquela vez o que caiu foram os sinos: Caíram do céu desbadalando. Mas não vieram como trovões ou como anúncios catatônicos. Que balança. Tua mão na minha mão. Que são as mãos, ó meus tremores? Pois que as minhas que não passam de pedaços de madeira de tão ásperas, eu que sempre repassei dias a claro a esculpir tantas santinhas em cotocos. Quem és tu, eu perguntei, e respondeste-me, minhalma. Fumaça de sacrifício...
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_: Frederico
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Para quem tem poesia no sangue. É tudo tão tremendo descontrole,. Esse fogo nos pneus. Esse fogo nos colchões. Esses pelo amor de deus. Esses corpos, companheiro. Esses vôos pelo céu. Antes de morrer no chão. Esses gritos de calibre. Esses fogos de enxofre. Esses corpos, companheiro. Essa vida nos porões. É tudo tanto, tanto triste e irremediável. Tanto fogo nos pneus. Tantas foices pelas mãos. Esse foi-se, o volta, o deus. Essas lonas, companheiro. Essas hélices no céu. Os tratores pelo chão. 23 de agos...
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_: Fevereiro 2011
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A casa inteira branca está vazia. E o vento lá fora, Mais Bonita,. Não se move. E, branca, me fita. Vênus tão longe. Vênus tão fria. O vento sentou no chão da varanda,. Parou o ar e calou a cidade. Inteira. A aquosa claridade. Do dia parece ter forma, e abranda. As formas das coisas. Abrir-se-ia. A amplidão claríssima de espaços. Frente os meus olhos - Nítida e pura. Mas eu, porém, que descortino o dia. Parado à beira-luz, estou a um passo. De anoitecer dentro da noite escura. Sábado, fevereiro 26, 2011.
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_: Seis Canções
http://babacumcum.blogspot.com/2010/01/seis-cancoes.html
Quando essa Lua toda for-se embora. Deixando apenas as estrelas mansas. Irei pousar os pés nesse remanso. E me largar a respirar sem ver a hora. E lembrarei daqueles tempos já passados. Sob os teus olhos que brilhavam luzes. Quando meu peito carregava cruzes. Mas suspirava ao te saber ao lado. Quando teus olhos se cerravam risos. Em que meu peito o palpitar perdia. Descompassado, a me pulsar os dias. Pra ouvir os anjos a tocar seus guizos. Quando eu pudesse ouvir enfim tua voz. A Lua há de voltar,. Quise...
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_: Soneto
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A casa inteira branca está vazia. E o vento lá fora, Mais Bonita,. Não se move. E, branca, me fita. Vênus tão longe. Vênus tão fria. O vento sentou no chão da varanda,. Parou o ar e calou a cidade. Inteira. A aquosa claridade. Do dia parece ter forma, e abranda. As formas das coisas. Abrir-se-ia. A amplidão claríssima de espaços. Frente os meus olhos - Nítida e pura. Mas eu, porém, que descortino o dia. Parado à beira-luz, estou a um passo. De anoitecer dentro da noite escura. Sábado, fevereiro 26, 2011.
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_: Janeiro 2010
http://babacumcum.blogspot.com/2010_01_01_archive.html
Quando essa Lua toda for-se embora. Deixando apenas as estrelas mansas. Irei pousar os pés nesse remanso. E me largar a respirar sem ver a hora. E lembrarei daqueles tempos já passados. Sob os teus olhos que brilhavam luzes. Quando meu peito carregava cruzes. Mas suspirava ao te saber ao lado. Quando teus olhos se cerravam risos. Em que meu peito o palpitar perdia. Descompassado, a me pulsar os dias. Pra ouvir os anjos a tocar seus guizos. Quando eu pudesse ouvir enfim tua voz. A Lua há de voltar,. Quise...
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_: Fevereiro 2009
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Quinta-feira, fevereiro 12, 2009. As aventuras de uma eterna criança. Camilo Costa de Queiroz. Casaco verde, velho e surrado. De Carne e osso. O Blog no Fim do Universo.
