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Contos de Bolso.: Público
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Sexta-feira, 23 de janeiro de 2015. Não pense que penso o que está escrito. As palavras mais verdadeiras não estarão no meu livro. As sinceras são ditas olhando nos olhos que amo. Para os meus lençóis - tão nossos. Já dizia um poeta mais sabido. Que em termos de dor o poeta é um fingido. Pelo meu ardil com a língua que domino. A que guardo na boca, não a que vai sob seu vestido. Que usas nos dias de boreste e domingo. O mundo não sabe o que se passa comigo. Meu coração não está em cartaz, não é exibido.
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Contos de Bolso.: Janeiro 2015
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Sexta-feira, 23 de janeiro de 2015. Não pense que penso o que está escrito. As palavras mais verdadeiras não estarão no meu livro. As sinceras são ditas olhando nos olhos que amo. Para os meus lençóis - tão nossos. Já dizia um poeta mais sabido. Que em termos de dor o poeta é um fingido. Pelo meu ardil com a língua que domino. A que guardo na boca, não a que vai sob seu vestido. Que usas nos dias de boreste e domingo. O mundo não sabe o que se passa comigo. Meu coração não está em cartaz, não é exibido.
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Contos de Bolso.: Maio 2012
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Segunda-feira, 7 de maio de 2012. Era mais um dia em que ele acordava sentindo o sol da manhã lhe tocar a face junto à brisa do mar. Levantou-se, espreguiçou-se e procurou ver as horas no relógio mais próximo: cedo demais ainda. Virou para o lado e tornou a dormir. Cansado, sentou-se num dos bancos à beira-mar e recolheu um jornal que ali se encontrava. Leu por horas e percebeu que ninguém viera reclamá-lo - era a edição de hoje. Lamentou pelos pobres que viviam deixando suas coisas emporcalhando...Tão r...
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Contos de Bolso.: Dezembro 2014
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Quinta-feira, 18 de dezembro de 2014. Eu vou te dar teu espaço. Dar motivos pra saudades. Te fazer procurar meu abraço,. Deixar de estar lá sempre que pedes. Vou segurar essa vontade crescente de estar sempre presente. Esteja você triste, esteja você contente. Deixar de surpreender com toscos presentes. Que só tem valor a quem não os recebe eventualmente. Vou sumir do teu mapa,. Da tua cama, da tua Lapa. Dessa rede social tão chata. Virar poeira na tua caixa de entrada. Vou desaparecer do telefone. Outro...
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Contos de Bolso.: Mulher Certa
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Sábado, 25 de janeiro de 2014. O senhor colocou seu copo de bourbon sobre a bancada do bar. Devia ser umas 17h - muito cedo pra um bar da Lapa estar aberto, especialmente alguém estar tomando bourbon dentro dele. Mais ainda para estar dando conselhos. Eu sou um dos últimos pracinhas da FEB. O Brasil foi pra Segunda Guerra, sabia? Mas pouco se importam com a gente. Ameaçou beber mais um gole, mas abortou o movimento quando viu que havia capturado a atenção daquele jovem. Tomou mais um gole generoso, como ...
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Contos de Bolso.: Outubro 2013
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Quinta-feira, 17 de outubro de 2013. Está o inferno lá fora, minha cara. Enquanto erguemos nossas taças tem PM erguendo cassetetes e Black Blocs erguendo frágeis escudos de tapume. Alguns chamarão a confecção desses artefatos de defesa de "vandalismo". Ao mesmo tempo em que degustamos todos os detalhes perfeitos desse jantar, temos nas ruas irmãos e irmãs que estão com o gosto do próprio sangue na boca. Talvez um ou outro se afogue. Nesse instante em que nos enlaçamos nos braços um do outro tem combatent...
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Contos de Bolso.: Houve Um Tempo
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Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014. Não há muito houve um tempo em que meus passos eram inexoráveis, minha cabeça erguia-se orgulhosa em meio à multidão de olhares cabisbaixos que me cercavam, todo o planeta e tudo que nele habita estava à mercê da minha vontade, ao alcance das minhas mãos. Eu era uma força da natureza, imprevisível e incontestável, não havia jaula que pudesse me conter - eu inspirava curiosidade, medo e admiração. Crianças ensaiavam coros e cenas para louvar meus feitos. Livros era...
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Contos de Bolso.: Janeiro 2014
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Sábado, 25 de janeiro de 2014. O senhor colocou seu copo de bourbon sobre a bancada do bar. Devia ser umas 17h - muito cedo pra um bar da Lapa estar aberto, especialmente alguém estar tomando bourbon dentro dele. Mais ainda para estar dando conselhos. Eu sou um dos últimos pracinhas da FEB. O Brasil foi pra Segunda Guerra, sabia? Mas pouco se importam com a gente. Ameaçou beber mais um gole, mas abortou o movimento quando viu que havia capturado a atenção daquele jovem. Tomou mais um gole generoso, como ...
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Contos de Bolso.: Outubro 2012
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Sábado, 27 de outubro de 2012. Aquele Abraço (por trás). O Rio de Janeiro continua lento. O Rio pro prefeito foi oferendado. O Rio é a terra do total descaso. Alô, alô, eleitor, aquele abraço! Para quem morreu esperando o SUS, aquele abraço! Pra quem apanha da GM: aquele abraço! Pra quem será despejado: aquele abraço! Pro cracudo torturado: aquele abraço! Pro terreno especulado: aquele abraço! Ainda tem bicheiro em escola de samba. E tem miliciano com voz no Plenário. E a PM atacando estudante! Nascido n...
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Contos de Bolso.: Novembro 2013
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Terça-feira, 19 de novembro de 2013. Certa feita a Terra parou (pelo menos para mim). Foi por alguns segundos apenas, provavelmente o resto da Humanidade sequer notou – com exceção dos astrônomos, que enlouqueceram. Ficou imóvel, uma rocha boiando inerte na imensidão vazia do Universo, durante aqueles breves segundos que separam uma pergunta de uma resposta. Foram dias intensos. Nas praias de Copacabana, no Observatório Nacional, no Planetário da Gávea, na NASA. Na minha cama. Nunca esteve tã...Provavelm...