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Cidadão Cão: Novembro 2010
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Vida - literatura - morte. Terça-feira, novembro 23, 2010. Com um empregado, na manhã em que abandonei desesperado o lugar, cheguei a ter um entrevero. Ao me ver subindo com mala e tudo sobre o barquinho de borracha, ele apareceu correndo e perguntando O senhor pediu licença ao capitão pra sair na lanchinha? Nesse momento, já eu puxava a cordinha e o motor começava a funcionar. Instintivamente, rumei a embarcação para a proa, acelerei e fiz-lhe um sinal indefectível, juntando polegar e indicador.
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Cidadão Cão: Janeiro 2011
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Vida - literatura - morte. Domingo, janeiro 16, 2011. Um dia aí. Fala a verdade: o que interessam datas e nomes e certificados se o que carregamos dentro quase nunca informa nada disso? Eu já quase morri. E também quase incendiei Paris. Tudo pelo motivo de sentimentos. Tenho uma amiga que, enquanto borra o queixo com panqueique, diz sempre o mesmo brocardo: Quem não se enfeita, assim se enjeita. Não é isso mesmo? Sábado, janeiro 01, 2011. Os dias do futuro se erguem à nossa frente. Konstantinos Kaváfis -...
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Cidadão Cão: Janeiro 2013
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Vida - literatura - morte. Terça-feira, janeiro 29, 2013. E arte e engano. Vivo quase um ano. De engano e arte. Vivo a outra parte. Edmundo de Novaes Gomes. De arte e enganovivo quase um anode engano e artev. Academia de Literatura Contemporânea. Atrás dos olhos das meninas sérias. Nuvens: cumulus, cúmulo e acúmulos. O fantástico mundo de Polly. O mal-estar na civilização. Edmundo de Novaes Gomes.
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Cidadão Cão: Junho 2010
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Vida - literatura - morte. Quarta-feira, junho 30, 2010. Balada das três mulheres do Sabonete Araxá. As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me bouleversam, me hipnotizam,. Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da tarde! O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá! Que outros, não eu, a pedra cortem. Para brutais vos adorarem,. Ó brancaranas azedas,. Mulatas cor de lua vem saindo cor de prata. Que eu vivo, padeço e morro só pelas três mulheres do sabonete Araxá! Quinta-feira, jun...
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Cidadão Cão: Eros e Psique
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Vida - literatura - morte. Sexta-feira, outubro 07, 2011. Conta a lenda que dormia. A quem só despertaria. Um Infante, que viria. De além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado,. Vencer o mal e o bem,. Antes que, já libertado,. Deixasse o caminho errado. Por o que à Princesa vem. A Princesa adormecida,. Se espera, dormindo espera,. Sonha em morte a sua vida,. E orna-lhe a fronte esquecida,. Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado,. Sem saber que intuito tem,. Rompe o caminho fadado,.
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Cidadão Cão: Maio 2010
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Vida - literatura - morte. Quarta-feira, maio 05, 2010. 8221;, centenares de manzanas caían corrompidas en el suelo ya seco. En cuanto la madre de Fernando le dijo “-No hables nunca con esa niña, que ella no es para ti, ni tú eres para ella”, florestas enteras envejecían sin que ni el llanto de la lluvia pudiese reverdecerlas. Y eso, ya te lo he dicho, no está mal. Academia de Literatura Contemporânea. Atrás dos olhos das meninas sérias. Nuvens: cumulus, cúmulo e acúmulos. O fantástico mundo de Polly.
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Cidadão Cão: Janeiro 2014
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Vida - literatura - morte. Segunda-feira, janeiro 27, 2014. Às vezes, em êxtase ou. Sem alegria que me baste. Olho o espelho e me imagino. Sofrendo a vida num outro lugar. Faço as malas e corro, tonto,. Ao povo mais distante,. Ao meu vizinho – em busca de almas. Desertas como a minha. Ou me torno imperador,. Apresento Bandeira à minha filha. E leio todos os livros do mundo. Jogo bola todos os dias. E não sinto falta de companhia. Fugitivo, arredio,. Seria, pra sempre assim,. Ninguém sabendo pra onde fui,.
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Cidadão Cão: Novembro 2011
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Vida - literatura - morte. Quinta-feira, novembro 03, 2011. O segredo das horas. Ah, meu bem! O cinza do dia. Em claro e bom tom, anuncia. O segredo das horas, dos olhos. O cinza quieto e indiscreto. O verbo que traçamos naquele dia. De repente, temos um teto. E um segredo espalhado ao vento. Deixa um sorriso (e o cinza inquieto! Talvez, como diriam, uma retomada:. Sou cinza e pintei o dia de cinza. Pra valorizar o amor no verso. Pra desabrochar em qualquer palavra. João Gabriel de Novaes Gomes.
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Cidadão Cão: Círios
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Vida - literatura - morte. Sábado, janeiro 01, 2011. Os dias do futuro se erguem à nossa frente. Como círios acesos, em fileira -. Círios dourados, cálidos e vivos. Os dias idos ficaram para trás,. Triste fila de círios apagados;. Os mais próximos ainda fumaceiam,. Círios pensos e frios e derretidos. Não quero vê-los, que me aflige o seu aspecto. Aflige-me lembrar a sua luz de outrora. Contemplo, adiante, os meus círios acesos. Não quero olhar para trás e, trêmulo, notar. O fantástico mundo de Polly.
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Cidadão Cão: DESERTOR
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Vida - literatura - morte. Segunda-feira, janeiro 27, 2014. Às vezes, em êxtase ou. Sem alegria que me baste. Olho o espelho e me imagino. Sofrendo a vida num outro lugar. Faço as malas e corro, tonto,. Ao povo mais distante,. Ao meu vizinho – em busca de almas. Desertas como a minha. Ou me torno imperador,. Apresento Bandeira à minha filha. E leio todos os livros do mundo. Jogo bola todos os dias. E não sinto falta de companhia. Fugitivo, arredio,. Seria, pra sempre assim,. Ninguém sabendo pra onde fui,.
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