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interruptio: primavera 8: palavras
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De bruno ribeiro de almeida. Sexta-feira, 6 de abril de 2007. A luz amadurece, limpa a chuva. Atrás de si permanece uma memória fugaz de nuvens. E a luz limpa o olhar sobre as coisas. Atrás de si permanece uma página branca. Mas todas as janelas do mundo são quebráveis. Apenas a luz é absolutamente sólida. E sobre a página permanece o estilhaçar das palavras. Publicada por bruno ribeiro de almeida. Bruno ribeiro de almeida. De ter um blogue? No país encantado das notícias. Poetry craft and theory.
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interruptio: primavera 7: poema
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De bruno ribeiro de almeida. Segunda-feira, 2 de abril de 2007. Uma página em branco. Vazio solar. Silêncio. Harmonioso e universal. Horizonte. Pleno em pura luz exterior no olhar. De quem primeiro lhe pesa o grão. Seara árida janela translúcida. E opaca sobre o mundo sobre. O poeta que respira e saboreia a luz. E no exterior de tudo: a contínua eclosão. Da primavera a revolução imóvel das árvores. As marés nocturnas nos canais plenos de sol e de lua. A fulguração inacessível dos montes e do azul.
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interruptio: primavera 5: água
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De bruno ribeiro de almeida. Segunda-feira, 26 de março de 2007. O dia trouxe aos homens a evidência da água. Em lagoas – lâminas espraiadas contra céu e silêncio. Folhas simples feitas para povoar a suave alegria do mundo. O livro mais aberto à face do tempo onde. À tona de páginas em branco todos olhavam. Sem ver onde acabava o corpo imenso. Até ao dia alto iluminar decisivamente as lagoas no mundo. E a água ensinou o espelho aos homens. Conheceram a água a árvore o céu a terra e os animais da terra.
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interruptio: fábula
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De bruno ribeiro de almeida. Terça-feira, 20 de março de 2007. A pureza absoluta de mãos feitas para a cegueira. 8211; porque tudo é impuro. Mesmo a linguagem pura. Do poema de mãos intocáveis. Publicada por bruno ribeiro de almeida. Bruno ribeiro de almeida. De ter um blogue? No país encantado das notícias. Poetry craft and theory. Divertimentos em dó maior. Perfil no last.fm. Primavera 1: arte poética. Voltas a mote pré-fabricado 3.
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interruptio: barroco revisitado
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De bruno ribeiro de almeida. Sexta-feira, 7 de março de 2008. Bolhas no meu café:. Olhos desarrumados de uma tarântula líquida. Que destila uma leve espuma dourada:. O negro e o dourado do barroco – pensava. Que hoje o café sabe a máquina. Mas o dia sabe a metal frio. Quadro de Brian Russel). Publicada por bruno ribeiro de almeida. Bruno ribeiro de almeida. De ter um blogue? No país encantado das notícias. Poetry craft and theory. Divertimentos em dó maior. Perfil no last.fm. Urbs, urbis 4: metafísica.
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interruptio: poema determinado
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De bruno ribeiro de almeida. Domingo, 1 de abril de 2007. Uma grande página em branco é nada. Página fácil facilmente percorrida. Pelas patas das formigas pela tinta. Quase branca das palavras. Branco dúctil fecundo domesticado. Aliado do mais complicado exercício. Do livro mais insuportavelmente aberto. Do poema obscuro do poema claro. Do poema das palavras. Branco simples branco olímpico. Espírito exacto enquadrado em gestos apolíneos. Em carne extremamente lúcida. Espírito feito de todo o pequeno nada.
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interruptio: urbs, urbis 2
http://interruptio.blogspot.com/2007/04/urbs-urbis-2.html
De bruno ribeiro de almeida. Segunda-feira, 23 de abril de 2007. Urbs, urbis 2. É antes da madrugada como a noite eterna. E o metropolitano. É justo que o metropolitano. Habite debaixo da terra. Veloz enguia mecânica. E nas margens de um rio seco rio cinzento. A luz os rostos os olhos de peixe. Pensamentos amarrados no interior do crânio. Ninguém sabe onde acabam os tentáculos do sonho. Criatura esquiva lentamente procurada. Porque o olhar. Divaga longe da violência de outro olhar. De ter um blogue?
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interruptio: terapia
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De bruno ribeiro de almeida. Domingo, 27 de janeiro de 2008. És como o barro que vou moldando ao longo dos dias numa figura em tudo semelhante a ti própria. Quero viver dentro da música, surdo ao teu olhar. Assemelho-me a uma velha louca a desfazer lentamente uma vida inteira de camisolas dos netos. Só existes na brancura da página. O óleo da minha pele e a terbentina do meu hálito não fazem de mim um Van Gogh para te pintar nua. Ofereço-me à desorientação das palavras. Bruno ribeiro de almeida.
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interruptio: espantosa novidade
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De bruno ribeiro de almeida. Domingo, 18 de março de 2007. Poema para Alexandre O'Neill. As pessoas levantaram-se naquele dia. Para saber dizer apenas uma coisa. Dizem-na todos os dias lentamente atravessada. Na passagem muito lenta do tempo. As pessoas aprenderam a dizer apenas uma coisa. E dizem-na levantadas a olhar para a frente. Dizem-na em cima dos que morreram a falar. E a mesma coisa é dita há muito muito tempo. As pessoas nascem muito depressa e muito depressa. Da mesma coisa que tem de ser dita.
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interruptio: primavera 9: janelas
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De bruno ribeiro de almeida. Sexta-feira, 6 de abril de 2007. O poeta de olhar limpo vê. Vê o mundo a partir da janela exacta da realidade. A única janela honesta. A primavera invade o mundo suburbano. Bandos de pássaros formam um halo vivo em torno das vivendas. Os terrenos e as indústrias familiares são percorridos. Pela luz e pelos chocalhos de um rebanho de ovelhas. Que pasta junto aos condomínios. A lucidez de tudo isto fere os sentidos. Ou talvez haja uma certa desordem. Mais tarde virão as palavras.