contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Por dentro da janela
http://contraocais.blogspot.com/2009/02/por-dentro-da-janela.html
Segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009. Por dentro da janela. Sentado à beira da janela do meu quarto, vejo a fileira de pássaros que, calmamente, organizam-se no fio que percorre os postes da rua. E vou olhando os fios, e por eles vou me pndurando, olhando janelas de outros quartos, com mais pessoas olhando os pássaros enfileirarem-se. Mas já é hora de descer, e vou para uma fileira de janelas, cheia de pessoas às janelas, e pássaros ficam enfileirados, observando cada uma das janelas. Eu sou uma das pes...
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Maio 2008
http://contraocais.blogspot.com/2008_05_01_archive.html
Quinta-feira, 15 de maio de 2008. O fim dos dias. Fica aí parado me olhando. Cheguei a sentir inveja da tua calma. Talvez eu tenha sido indelicada. Quando é que vai gritar? Eu só quero ir ao cinema. O diabo tomou conta de tudo. O bairro só tem prédios. Não vejo mais o céu azul. Tentar lembrar se já fui criança. Tenho ódio do sono. Dias e noites de pura monotonia. Dirijo um laboratório de poesias. Versos com rima, tão fora de uso. Meus poemas parecem leituras de primavera. A juventude anda tão má.
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Março 2008
http://contraocais.blogspot.com/2008_03_01_archive.html
Quarta-feira, 26 de março de 2008. Meu corpo quer mais alma. O que não pode ser dito. Uma porta pro infinito. Meu corpo quer o mar. O êxtase da viagem que não tira do lugar. O gole de uma bebida qualquer. Meu corpo quer arriscar. Ver a menina que eu fui. Na menina que eu vou gerar. Meu corpo quer um corpo. Feito de graves e agudos. O som dos amores profundos. Meu corpo quer o teu. Sempre em busca de mais. Suando junto com o meu. Meu corpo quer ter mais calma. Habita o teu o corpo meu. Elas, que às vezes ...
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Fevereiro 2008
http://contraocais.blogspot.com/2008_02_01_archive.html
Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008. Acordo cedo por falta de sono. Pela falta de sonhos. Pelo ócio do subconsciente. Sem ter ao mínimo imaginado o que jamais aconteceria. Acordo cedo sem perder a hora. Sem deixar ninguém esperando. Nem o ônibus, nem o trem. Só a casa, ansiosa pelo dono pródigo. Acordo cedo sem a mínima vontade. Aliás, uma única vontade. Mandar tudo pelos ares. Por tão preciosas horas sob as cobertas. Acordo cedo pra desligar o despertador. E acordar às cinco e meia da tarde. Tu mora s...
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Feito pólen.
http://contraocais.blogspot.com/2009/02/feito-polen.html
Quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009. Não posso sair por aí. Jogando poesias para quem quer que seja. Só porque você não está aqui. O que posso fazer é rezar baixinho. Pra que a tristeza me deixe em paz. Pra que as flores se abram no meu caminho. Sou como o céu. Nossas diferenças de pensamentos. O mesmo lado bom. O mesmo lado ruim. O mesmo amor intenso que existe em mim. Ótimo jogo de palavras. Publiquem com mais frequência! 26 de fevereiro de 2009 05:08. 26 de fevereiro de 2009 06:09. O fim dos dias.
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Abril 2008
http://contraocais.blogspot.com/2008_04_01_archive.html
Quarta-feira, 30 de abril de 2008. Espera que ela vem. Esperando continua observando o dia nascer. Uma pequena velha para de seu lado e puxa conversa, ele ouve tudo de longe. Ela está para chegar. Ela vai demorar? Pergunta a velha, O que ela é sua? De onde ela vem? Qual o seu nome? As palavras da velha ao seu lado são escutadas de tão longe, mas o trem que nem dá sinal de vida já pode ser escutado num ritmo exatamente igual às batidas de seu coração. Terça-feira, 8 de abril de 2008. Seja lá de quem for.
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Oq é tão doce assim?
http://contraocais.blogspot.com/2009/06/oq-e-tao-doce-assim.html
Domingo, 28 de junho de 2009. Oq é tão doce assim? Contemplou o luar. Se espreguiçou. Pensando na morte e um pouco na vida. Tomou outra xícara de café e fumou um cigarro adocicado. Falou dos planos que não tinha. Pegou no sono. Amanheceu na calçada de um mundo parado. Um corpo esguio e nu. O sangue escorria pelo meio fio. De uma rua escura. Em um bairro vazio. Carro aberto logo à frente. A chave ainda no contato. O conhaque a escorrer. Já não dá pra perceber. A brisa gelada da noite. Ou não sei o que.
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: De verdade
http://contraocais.blogspot.com/2008/10/de-verdade.html
Segunda-feira, 20 de outubro de 2008. Ela acometeu-lhe sem que antes tivesse percebido que se aproximara. A dor no peito não enganou, era saudade. Assim, tão desafinada, achara não ser. Inocente ser humano. Viu em sua frente o sítio. Desistiu de lutar, entregou-se e abriu a porta. Entraram aos risos, ele e seu pai. Sua mãe não entendia o motivo dos risos, mas mesmo assim continuava a preparar a carne com batatas, que já cheirava bem. Mandou-os lavarem-se, e eles apostaram uma nova corrida. Com olhos mare...
contraocais.blogspot.com
Contra o cais: Setembro 2008
http://contraocais.blogspot.com/2008_09_01_archive.html
Segunda-feira, 29 de setembro de 2008. Qual foi a última vez que havia visto seu rosto, ela não sabia. Sabia apenas que não teria papo. Não nasceria assunto. Oi, oi, tudo bem, tudo, e você, também, que tem feito, ah, me virado como dá, somos dois, ah. Do toque da sineta na porta tocou, quando finalmente o convidado (in)esperado cruzou a entrada. Ela fez que não viu, continuou tomando seu café como se estivesse totalmente concentrada, fingindo uma despreocupação, disfarçando a obsessão. Tudo, e você?